terça-feira, 29 de março de 2016

Deterioração do Emprego no Brasil – O que fazer?

Estima-se que entre 2015 e 2016 o nível de desempregados no Brasil chegue ao patamar de 2 milhões de pessoas. Este não é um número recorde de desemprego, mas, em dois anos, sim, são números recordes de escassez do mercado de trabalho em tão pouco tempo. Isto significa que 10,5% da população brasileira economicamente ativa estará desempregada. Se pensarmos que 3 a cada 10 destes desempregados são chefes exclusivos de família, ou seja, detentor da única fonte de renda familiar, estimamos que 30 milhões de brasileiros venham a enfrentar dificuldades financeiras até dezembro de 2016. Estamos falando de 15% da população brasileira em dificuldades.

Afirmo com veemência que hoje, às vésperas de abril/2016, você não conheça alguém próximo que enfrenta o desemprego e ou as dificuldades financeiras do desemprego. É um efeito em cascata incontrolável. Se a economia não anda bem, o emprego também não. Não existe setor neste momento que não tenha sofrido a desaceleração. Todos os setores econômicos do país estão em processo de recessão.

O efeito concomitante se dá pelo fato de coincidentemente estarmos no auge da maior explosão da população com idade produtiva (o bônus demográfico), no qual deparamos com uma enorme quantidade de jovens disponíveis sem oferta de emprego. A nossa juventude está desempregada. A nossa juventude está tecnicamente capacitada - devido a acessibilidade à escolas técnicas e faculdades promovidos pelo governo nos últimos dez anos – e tecnicamente desempregada. Capacitamos mas estamos momentaneamente impedidos de gerar empregos. Estamos desperdiçando mão de obra. Também vivenciamos um momento doente de nossos brasileiros: baixa auto estima, doenças de caráter emocional decorrentes do baixo poder aquisitivo e da desaceleração contínua do consumo. Sim, os brasileiros foram acostumados a consumir nos últimos anos. A sociedade brasileira tornou-se escrava do consumo, do capitalismo.

Enquanto o país política e financeiramente tenta se organizar, os brasileiros também precisam “se virar” pela sobrevivência. Os profissionais altamente gabaritados para cargos de gerência / executivos, se esforçam em investir alto em empresas de recolocação aonde a procura está infinitamente superior a oferta. As empresas oportunistas também aproveitam para rebaixar o salario, contribuindo para a queda de renda média mensal de cargos, e, consequentemente a renda média mensal dos brasileiros, sentiremos isto lá na frente, quando este furacão passar. O tempo de recolocação também aumentou em média 40%.

Aos demais profissionais, outras alternativas são cotadas. A reengenharia e o poder de criatividade do brasileiro está salvando muitos lares. As pessoas criam fontes indiretas de subsistência, somam parcerias, inventam e reinventam produtos. Gerentes fazendo quentinha, técnicos ensinando vocações particulares, assistentes administrativos executando serviços operacionais e pesados. Enfim, níveis de ego e orgulho vão se quebrando, ou não..

A evasão de jovens para outros países também é grande. Talvez essa seja uma ótima hora para quem tem alguma ou pouca economia: investir em intercâmbio fora do país. Quem faz isto pode e deve se arriscar a também trabalhar além de aprender uma outra língua. É uma alternativa altamente viável para os jovens profissionalizados sem experiência.

Já aos demais, parceria e união serão fundamentais para a sobrevivência na turbulência: reduzir alugueis, trocar 100 metros quadrados por abas de 10 metros quadrados dividindo espaço e custos/despesas fixas com mais empresas e pessoas (có working), trabalhando em casa, reduzindo o preço do serviço, sim, reduzindo a margem de lucro, facilitando formas de pagamento, criando flexibilidades, desfazendo  bens, desenriquecendo, enfim, descendo do salto.

Talvéz neste momento, o que levará os brasileiros a se manter neste período será descer as escadas do ego e aumentar os degraus da humildade.


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