segunda-feira, 14 de julho de 2014

Urgente ou estratégico?



A Robert Half de São Paulo, empresa especializada em recrutamento e seleção divulgou uma pesquisa recente sobre as dificuldades encontradas pelos profissionais na execução de suas tarefas diárias.

Dos 1022 entrevistados, 58% reclamam que suas tarefas são constantemente interrompidas por outras necessidades do seu superior imediato (chefe). Eles acusam essas tarefas de serem urgentes de acordo com a concepção do chefe. O restante da pesquisa possui equilíbrio entre os demais tipos de interrupções:

ü  Excesso de e-mails
ü  Reuniões não programadas
ü  Telefonemas extensos de clientes
ü  Dificuldade em adaptar aos novos projetos/tarefas.

Este tipo de problema assombra a maioria das empresas, e, quando as delegações  “imediatistas” partem de cima para baixo, pode haver sim um indício de indefinição de metas e focos da empresa. Sim, muitos líderes esquecem o foco quando situações atípicas lhe são cobradas e a consequência é um efeito dominó que se estende para toda a equipe: “salve-se quem puder”. A verdade é que muitos líderes querem “mostrar serviço” sem questionar de fato a urgência do mesmo, passando por cima de muitos e contrariando equipes e subordinados.

O que é o Urgente? é aquela situação que exige sim que todas as outras tarefas sejam interrompidas para correção ou conclusão, que gera inclusive sérios riscos ao negócio se não executado. Agora, existem aquelas tarefas  estratégicas que podem entrar na lista de prioridades em meio a outras tarefas, porém sem o caráter de urgência, não comprometendo tanto uma atividade que o profissional naquele momento esteja fazendo.

Quando tarefas estratégicas são traduzidas pela “chefia” como urgentes, essas passam a comprometer o rendimento do empregado que se perde constantemente nas rotinas diárias para desviar a atenção para tal, e, ao final do período, nas análises de desempenho e avaliações de competências, este mesmo empregado corre o risco de ser mal avaliado nas questões de “desenvolvimento das atividades rotineiras” pelo fato das mesmas estarem sempre sendo comprometidas por outras tarefas inoportunas.

Se você vive essa situação como profissional, está na hora de ter uma reunião séria com seus superiores imediatos a fim de esclarecer quais são realmente as suas prioridades e principalmente quais são as prioridades da empresa. Essa conversa serve até mesmo de alerta para a alta direção que pode também estar vivendo essa situação de conflito entre tarefas urgentes e tarefas estratégicas colocando em risco o bom desempenho da organização e das equipes.

E se você é o líder, chefe, ou superior imediato que comumente convive com essa situação, pare um pouco, pense e reflita: “será que não está na hora de eu começar a estabelecer prioridades, analisar melhor o foco da empresa e saber julgar no momento exato o que é urgente e o que é estratégico?”

Boa semana à todos!

Shirley Cipriano


terça-feira, 1 de julho de 2014

A Inflação no Ensino Superior



Como sempre para cada peso haverá sempre duas medidas.

            Com a política de incentivo do governo federal de promover a educação habilitando maiores acessos aos jovens às faculdades através de financiamento do estado, um novo fenômeno surge: a inflação educacional.

O maior vilão é o próprio FIES – Fundo de Financiamento Estudantil criado pelo governo que permite que o estudante pague posteriormente os seus estudos em até 3 ou 4 vezes a duração do seu período de curso.  Porém, as escolas habilitadas no fundo, estão em média, praticando um reajuste superior às faculdades que não possuem política de financiamento junto ao governo. Ou seja, o governo promoveu a socialização e a educação, porém agora terá que contornar, ou melhor, controlar os reajustes abusivos dessas faculdades que estão impondo seus preços para garantir maiores margens.

Um estudo recente divulgado pela PUC-Rio mostra que as universidades que trabalham com o FIES reajustaram suas mensalidades em média 2,5% acima das faculdades que não adequam ao fundo. Os cursos de Medicina e Odontologia tiveram reajuste acumulado em 4 anos de 9,3%. Os números crescem à medida que os benefícios crescem também: em 2009, o número de beneficiados pelo FIES era de apenas  32.781, e hoje, chegam a meio milhão de pessoas beneficiadas!

Um grande mérito do governo que tem agora pela frente a missão de frear a inflação e reduzir o endividamento dos próprios estudantes que correm um sério risco de se tornarem inadimplentes após sua formação: ou pelo fato de não conseguir se encaixar no cargo no qual se formou ou pelo fato de não ter um salário compatível com o reajuste do financiamento que na época foi proposto.

Vamos ficar atentos aos reajustes semestrais / anuais de faculdades, principalmente vocês estudantes que atualmente utilizam o FIES. É hora de criticar, acompanhar e pensar no seu futuro financeiro e profissional.

Uma boa semana à todos!

Shirley Cipriano
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