Somente ontem, três profissionais de segmentos diferentes
vieram me relatar a recessão econômica e a desaceleração das empresas em que
trabalham: duas anunciaram redução no quadro e a terceira empresa ainda vive um
momento de grande especulação interna e rádio peão.
Não sou pessimista, sou apenas uma profissional da área que
estuda minuciosamente o comportamento do mercado, e, quem acompanha o meu blog
há mais tempo sabe que venho acenando para um 2014 e 2015 com grande
preocupação. Os números já mostravam: as manifestações desde 2013 já apontavam
indícios de crise social/econômica, o PIB de 2013 fechou 0,2% abaixo da
expectativa do governo, os índices de desemprego no país no primeiro semestre
de 2014 declinavam, depois de 16 anos o Ministério do Trabalho informava em
junho que foram criadas apenas 25.000 vagas de trabalho no mês. O governo já
redimensionou o PIB (a soma de todas as riquezas do país) várias vezes e agora
a projeção é de apenas 1,8% para 2014. Este número já foi 2,5%.
O que o profissional deve fazer?
1)
Primeiramente, entender e conhecer o cenário e o
mercado é fundamental para dar o primeiro passo. Isto porque cada setor caminha
de uma forma diferente: algumas segmentações estão mais abatidas que outras. É
hora de se envolver com jornais e revistas e entender melhor quem cresce, quem
cai e quem não corre o risco de sofrer com a crise. Essa leitura do mercado é
fundamental para você profissional fazer o replanejamento de carreira.
2)
Como conselho, O ÚNICO INVESTIMENTO QUE NESTE
MOMENTO COMPENSA ASSUSTADORAMENTE é a educação. Enquanto o mercado não busca
profissionais você tem condições de se
preparar para quando a economia aquecer, tendo total condição de disputar as
melhores vagas. Não pare de estudar e, para quem ainda não está estudando,
invista em seus estudos.
3) NETWORKING ainda é tudo. Sua rede de contatos
precisa sempre ser mantida. Porém, você não pode ser aquele profissional
oportunista e inconveniente que só lembra de uma pessoa quando precisa. As
redes sociais se bem usadas estão aí para você manter o seu network, muito mais
do que postar fotos. Mantenha-se no mercado, mantenha contato contínuo com ex-colegas
de trabalho. Estes muitas vezes o indicarão para futuras oportunidades e o
tirarão do sufoco. O resultado vai levar em consideração qual o seu nível de bom
relacionamento em empregos anteriores.
4)
NÃO SE DESESPERE: a paciência é tudo. O descontrole
o impede de selecionar com maior criticidade o necessário do supérfluo e isso
pode levar o profissional a caminhos estreitos, difíceis de voltar, senão
engatando uma ré. Uma ré numa rua estreita é muito difícil. Por maior que seja
a falta de transparência da empresa com relação ao cenário, não é o momento de
grandes pressões sobre as decisões da alta gestão, de se antecipar e pedir
demissão e de até de criticar a falta de atitude da empresa: muitos empresários
ainda estão perdidos sem saber o que fazer.
5)
Tenha objetividade: apesar do desespero não é
interessante aceitar a primeira vaga que aparecer temendo problemas
financeiros. Como sempre falo, é bom ter o perfil de empresas que você tem
simpatia em trabalhar: número de empregados, posição no mercado, estilo de
liderança, tipo de sociedade, etc, para depois não viver uma segunda crise: o
desapontamento por escolher a empresa errada e ter que se queimar no mercado em
busca de outra recolocação.
Shirley
Cipriano